Desafios na Frente Ucraniana
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, expressou sua intenção de buscar mais seis anos no Kremlin nas eleições de março, prevendo uma vitória praticamente certa. Embora este novo mandato traz consigo desafios cruciais e escolhas estratégicas que ele enfrentará.
Após mais de 21 meses de conflito, mais de um sexto do território ucraniano está sob controle das forças russas. Ademais, o cenário de guerra de desgaste permanece inalterado, levando a especulações sobre os próximos passos de Putin.
Com uma perspectiva incerta sobre o objetivo final, a estratégia de Putin envolveu uma tentativa fracassada de tomar a capital ucraniana e a declaração de quatro regiões como parte da Rússia. Certamente especula-se sobre a possibilidade de escalada ou a transformação do conflito em um “conflito congelado”.
Diplomacia e Geopolítica na Rússia
A decisão de Putin de entrar em conflito na Ucrânia impactou negativamente as relações com o Ocidente. Para compensar, ele se aproximou da China e Índia, buscando um “mundo multipolar”. Logo que o próximo mandato pode fortalecer laços com países hostis aos EUA, como Coreia do Norte e Irã, além de ampliar a cooperação no BRICS.
A Ucrânia isolou a Rússia do mercado energético europeu, levando Putin a focar em projetos alternativos. Novos gasodutos e rotas comerciais para a China e Ásia são estratégias-chave para superar as sanções ocidentais.
Desafios Econômicos e Sociais
A economia russa enfrenta desafios significativos, apesar do aumento do PIB em outubro. A guerra impactou setores essenciais, levando à fuga de talentos e escassez de mão-de-obra. Putin precisa equilibrar gastos militares, inflação e taxas de juros para manter o apoio público.
Com a inflação ultrapassando 7% e taxas de juros em 15%, Putin enfrenta o desafio de preservar os padrões de vida. A fuga de talentos e as pressões econômicas colocam em xeque sua habilidade de manter o apoio popular.
Renovação na Elite Política da Rússia
Putin, aos 71 anos, busca um novo mandato que o levaria até os 77. Contudo, a idade avançada de figuras-chave em seu círculo, como o chefe da segurança e o ministro das Relações Exteriores, coloca questões sobre a eficácia e a necessidade de uma renovação na elite política.
A resistência de Putin em alterar sua equipe é criticada, evidenciando uma preferência pela lealdade em detrimento da competência. No entanto, pressões externas e desafios internos podem exigir mudanças significativas na composição da elite durante seu próximo mandato.