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1° Desafio das Gigantes Automobilísticas Europeias em Meio as Pressões do Mercado Chines de Carros Elétrico

A Ascensão das Montadoras Chinesas

As gigantes automobilísticas europeias estão enfrentando pressão crescente para reestruturar suas operações e linhas de produtos devido ao rápido crescimento das montadoras chinesas.

Essas novas competidoras, com custos significativamente mais baixos, estão ganhando espaço no mercado europeu. Executivos do setor expressaram suas preocupações durante um evento da Reuters, destacando que tarifas mais rígidas pouco farão para proteger o status quo.

Os reguladores comerciais europeus em Bruxelas estão considerando a imposição de novas tarifas sobre veículos elétricos chineses, dependendo dos resultados de uma investigação sobre os subsídios do governo chinês.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a Europa adotaria uma abordagem personalizada para a investigação, com possíveis tarifas correspondentes ao nível de danos causado.

Entretanto, os executivos do setor acreditam que mesmo com tarifas, os veículos elétricos chineses de custo mais baixo irão prevalecer sobre os fabricantes de automóveis europeus e seus fornecedores tradicionais.

Com uma vantagem de custos de 30% ou mais, as montadoras chinesas conquistaram 19% do mercado europeu de veículos elétricos no último ano, um aumento significativo em comparação aos 16% de 2022, segundo o Rhodium Group.

O Tique-taque do Relógio

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Thomas Schmall, membro do conselho da Volkswagen, afirmou que a janela de tempo para a indústria automobilística europeia se adaptar está se fechando rapidamente.

Ele estima que restam apenas dois ou três anos para uma reestruturação eficaz. A velocidade, e não o tamanho, é agora o fator determinante para a sobrevivência no setor, conforme destacado por Schmall durante a conferência Reuters Events Automotive em Munique.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, também enfatizou a urgência da situação, mencionando que as montadoras precisam ajustar seus negócios rapidamente. Ele apontou a necessidade de eliminar o caos regulatório e as burocracias existentes como um passo crucial para essa transformação.

O aumento das exportações chinesas e a possibilidade de fábricas chinesas na Europa estão forçando os fabricantes tradicionais a considerar parcerias com antigos rivais.

Além disso, há uma crescente pressão sobre os fornecedores para reduzir custos e intensificar as discussões com sindicatos europeus sobre o futuro das fábricas e empregos. No entanto, algumas dessas táticas já enfrentam obstáculos significativos.

Parcerias e Desafios das Automobilísticas Européias

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As tentativas de parcerias entre montadoras europeias e chinesas têm encontrado dificuldades desde o início. Por exemplo, Renault e Volkswagen interromperam recentemente as negociações para desenvolver veículos elétricos de baixo custo devido a divergências sobre onde fabricar esses carros.

Luca de Meo, CEO da Renault, descreveu a situação como uma forma de assimetria competitiva não apenas com a China, mas também com os subsídios aos veículos limpos dos Estados Unidos. Ele enfatizou que, no final, a melhor estratégia é ser competitivo, apesar dos desafios enfrentados.

A redução de custos laborais tem sido uma tarefa difícil na Europa, onde os sindicatos têm forte influência política e jurídica para bloquear demissões. Tavares destacou a qualidade do diálogo com os sindicatos europeus, que compreendem a gravidade da situação e colaboram na busca de soluções viáveis.

Impacto nos Empregos e na Produção

A ameaça de perda de empregos na indústria automobilística mobilizou políticos europeus. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, quer que a Stellantis aumente a produção anual na Itália para um milhão de veículos, contra cerca de 750.000 em 2023, em vez de transferir a produção para países de baixo custo.

Desde a fusão da Fiat Chrysler com a francesa PSA em 2021, formando a Stellantis, a força de trabalho europeia foi reduzida em 13%, principalmente através de demissões voluntárias acordadas com os sindicatos.

A Volkswagen, por sua vez, tem como meta cortar 10 bilhões de euros em custos até 2026, com algumas economias provenientes da aposentadoria antecipada de trabalhadores.

Arno Antlitz, diretor financeiro da Volkswagen, afirmou que as fábricas alemãs precisam se preparar para uma concorrência mais acirrada. Ele destacou a necessidade de ajustes significativos para manter a competitividade diante da ameaça chinesa.

Estratégias de Preços Competitivos

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Para competir com as montadoras chinesas, a Stellantis está lançando um pequeno Citroen elétrico a 20.000 euros, que, segundo Tavares, está “ao preço certo”. Essa estratégia visa combater a elevada vantagem de custos dos fabricantes chineses.

Maxime Picat, chefe de compras globais da Stellantis, mencionou que a empresa está pressionando seus fornecedores para igualarem os custos dos fornecedores chineses, utilizando dados coletados de sua parceria com a chinesa Leapmotor. Essa abordagem busca nivelar o campo de jogo e tornar os veículos europeus mais competitivos em termos de preço.

Tarifas temporárias podem reduzir a vantagem de custo dos fabricantes de automóveis chineses, mas as montadoras alemãs alertam que isso pode ter consequências negativas. Se a China retaliar com tarifas sobre veículos europeus, como os da Mercedes-Benz, Volkswagen ou BMW, o impacto econômico pode ser significativo.

Perspectivas Futuras sobre as Automobilísticas

Os executivos da indústria automobilística europeia estão cientes dos desafios que enfrentam e da necessidade urgente de adaptação. A competição com as montadoras chinesas, que possuem uma vantagem de custos substancial, exige uma reestruturação rápida e eficaz das operações e linhas de produtos.

A colaboração com sindicatos e a busca por parcerias estratégicas são passos essenciais para garantir a sobrevivência e a competitividade no mercado global.

As montadoras europeias devem continuar inovando e ajustando suas estratégias para enfrentar a crescente ameaça das montadoras chinesas e manter sua posição no mercado automotivo mundial.

Em conclusão, a indústria automobilística europeia está em uma encruzilhada. A velocidade de adaptação será o fator decisivo para determinar o futuro das gigantes europeias no competitivo mercado de veículos elétricos.

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