sábado, setembro 21, 2024
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Em pleno 2023 Negros Norte Americanos tem direitos afetados

Suprema Corte dos EUA Decreta Vitória para Eleitores Negros no Alabama

No dia 8 de junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos emitiu uma decisão notável que favoreceu os eleitores negros no Alabama.

Eles haviam questionado um mapa eleitoral desenhado por membros do Partido Republicano, alegando que este mapa violou uma lei histórica que proíbe a discriminação racial nas eleições.

Decisão Unânime da Suprema Corte

A decisão, que obteve uma maioria de 5 votos a 4, foi escrita pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts.

Essa decisão confirmou a sentença de um tribunal inferior, que havia considerado que o mapa eleitoral prejudicava o poder de voto dos eleitores negros do Alabama, em conflito com a Lei de Direitos Civis de 1965.

Os magistrados Sonia Sotomayor, Elena Kagan e Ketanji Brown Jackson, todos membros da ala liberal do tribunal, acompanharam Roberts, juntamente com o conservador Brett Kavanaugh.

A Proteção dos Direitos de Voto Mantida

É crucial notar que essa decisão não alterou as salvaguardas estabelecidas pela Lei dos Direitos de Voto, como ocorreu em decisões anteriores da última década.

A Suprema Corte concentrou sua análise na Seção 2 da Lei dos Direitos de Voto, destinada a combater medidas que resultam em discriminação racial nas eleições, mesmo na ausência de intenções racistas.

Roberts observou: “A nova abordagem do Alabama para a Seção 2 não nos pareceu viável, nem na teoria, nem na prática. Portanto, decidimos não revisar nossa interpretação da Seção 2, conforme solicitado pelo Alabama.”

Desafios em Torno do Mapa Eleitoral de 2021

O cerne da questão estava no mapa eleitoral aprovado em 2021 pela legislatura estadual, controlada pelos republicanos, que definiu os limites dos sete distritos da Câmara dos Representantes dos EUA no Alabama.

Esse mapa apresentava um distrito com maioria negra, enquanto os outros seis distritos eram predominantemente brancos, embora os negros compusessem 27% da população do estado.

Mudanças no Mapa Eleitoral

A decisão da quinta-feira ratificou a determinação do tribunal inferior de que o Alabama criasse um segundo distrito com uma maioria negra ou algo muito próximo disso.

Isso marcou uma mudança em relação a uma decisão anterior de emergência em que o tribunal permitiu que o Alabama utilizasse o mapa controverso nas eleições do Congresso dos EUA em 2022, quando os republicanos conquistaram a maioria na Câmara dos Democratas.

O novo mapa do Congresso, que entrará em vigor nas eleições de 2024, poderá fortalecer os esforços dos democratas para recuperar a maioria na Câmara, atualmente nas mãos dos republicanos por uma margem estreita de 222 a 212.

Apoiadores da Decisão

Merrick Garland, Procurador-Geral dos Estados Unidos, elogiou a decisão, enfatizando que ela rejeitou tentativas de minar as proteções fundamentais dos direitos de voto e preservou o princípio de que todos os eleitores qualificados devem ser capazes de votar sem discriminação racial.

Contexto Histórico da Lei dos Direitos de Voto

A Lei dos Direitos de Voto foi promulgada em resposta às políticas discriminatórias que impediam os negros de votar nos estados do sul, incluindo o Alabama.

Quase sessenta anos depois, a questão racial continua a ser um tema controverso na política americana e na sociedade em geral.

Limitações da Lei dos Direitos de Voto nos Anos Anteriores

Estados e grupos conservadores haviam pressionado com sucesso a Suprema Corte para restringir o alcance da Lei dos Direitos de Voto.

A decisão de 2013, em outro caso envolvendo o Alabama, revogou uma parte crucial que determinava quais estados com histórico de discriminação racial precisavam da aprovação federal para modificar as leis eleitorais.

Em uma decisão de 2021 que apoiou as restrições à votação no Arizona, apoiadas pelos republicanos, os juízes tornaram mais difícil provar violações da Seção 2.

Repercussões da Decisão

Os eleitores negros e grupos de defesa que entraram com a ação alegaram que o mapa estadual diminuía a influência dos eleitores negros, concentrando seu poder de voto em um único distrito, enquanto distribuía o restante da população negra em outros distritos, sem formar uma maioria significativa.

Um painel federal de três juízes no ano anterior concordou com os demandantes.

Abha Khanna, que representou os oponentes, comentou: “Felizmente, o tribunal identificou o esquema de redistritamento do Alabama como uma violação clássica da lei histórica de direitos civis.”

Surpresa na Decisão da Suprema Corte

A Suprema Corte, com uma maioria conservadora de 6 a 3, inicialmente parecia inclinada a favor do Alabama durante os argumentos orais do caso em outubro. Rick Hasen, especialista em lei eleitoral da Escola de Direito da UCLA, expressou surpresa com a postura de Roberts e Kavanaugh, juntando-se aos liberais na defesa da Lei dos Direitos de Voto. Ele descreveu esse resultado como positivo para os eleitores minoritários.

Posições Divergentes

Os juízes conservadores Clarence Thomas e Samuel Alito emitiram opiniões separadas e divergentes. Thomas argumentou que a questão perante o tribunal era se a Seção 2 exigia que o Alabama redesenhasse seus distritos congressionais.

Para permitir que os eleitores negros controlassem um número de assentos proporcional à parcela negra da população do estado. Thomas afirmou que a Seção 2 não exigia isso, e a Constituição dos EUA não o permitiria.

Argumentos do Alabama

Os funcionários do Alabama sustentaram que desenhar um segundo distrito para melhorar as chances dos eleitores negros de elegerem seus representantes seria discriminatório, favorecendo-os em detrimento de outros eleitores.

De acordo com o Alabama, se a Lei dos Direitos de Voto obrigasse o estado a considerar a raça dessa maneira, ela violaria a garantia da 14ª Emenda da Constituição dos EUA de igual proteção perante a lei.

Redistritamento e Manipulação Política

Os distritos eleitorais são redesenhados a cada década para refletir mudanças populacionais, conforme determinado pelo censo nacional, realizado pela última vez em 2020.

Na maioria dos estados, o redistritamento é realizado pelo partido no poder, o que pode resultar na manipulação do mapa eleitoral por motivos partidários.

Agnaldo

Após décadas no mundo do Business, fornecer informação se tornou meu Hobby preferido, pois tenho aprendido a conviver melhor com as diferenças"

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