Rússia e China vetam proposta de resgate pelo EUA
A proposta dos EUA, buscando um cessar-fogo em Gaza como parte de um acordo de reféns, foi rejeitada pela Rússia e China
Rússia e China rejeitam Cessar-fogo em Gaza: Posicionamentos e Críticas
Nesta última sexta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas enfrentou uma impasse crucial. Uma então resolução proposta pelos Estados Unidos, buscando um cessar-fogo imediato em Gaza como parte de um acordo de reféns, foi rejeitada. O veto vindo da Rússia e China foi determinante nessa decisão, deixando os debates em um impasse.
Essa medida, que também encontrou resistência da Argélia, enquanto a Guiana se absteve, visava estabelecer um cessar-fogo imediato e sustentado, com a duração aproximada de seis semanas. A proposta tinha como objetivo principal proteger os civis e permitir a prestação de assistência humanitária, em meio ao conflito contínuo na região.
Apesar de onze dos quinze membros do Conselho terem votado a favor da resolução, a sua rejeição ecoou fortemente. A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, expressou sua frustração perante a situação. Desse modo denunciando o veto russo e chinês como atos “cínicos” e “mesquinhos”, acusando ambos os países de motivos políticos duvidosos.
A Discordância sobre a Acusação da Rússia e da China
A recusa de Rússia e China em aprovar a resolução despertou críticas acaloradas dos EUA. Thomas-Greenfield assim argumentou que a oposição dos países ao documento estava mais relacionada à sua origem do que ao seu conteúdo. Além disso, ela os repreendeu por não condenarem o ataque do Hamas a Israel em outubro.
A falta de apoio da Rússia e China para promover a paz duradoura e responder à crise humanitária foi destacada. O conflito, iniciado há cinco meses, testemunhou uma mudança na posição dos EUA em relação a Israel. No entanto, essa resolução foi vista como um impasse significativo nas negociações em andamento.
Críticas e Alternativas Propostas
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, criticou a resolução dos EUA como “extremamente politizada”. Ele alertou para as implicações de uma aprovação, sugerindo que poderia dar a Israel carta branca para operações militares em Gaza. Segundo ele, isso colocaria em risco a população e infraestrutura de toda a região.
Por sua vez, o embaixador chinês Zhang Jun, destacou a falta de equilíbrio no texto proposto pelos EUA. Ele apontou a ausência de uma clara oposição à planejada operação militar israelense em Rafah, no sul de Gaza, como uma falha crítica. A China, juntamente com outros membros, defendeu uma abordagem mais equilibrada e assertiva.
Alternativas para um Consenso
Em resposta às críticas e ao impasse, Moçambique liderou a elaboração de uma resolução alternativa. Uma nova proposta de cessar-fogo durante o mês do Ramadã, além da libertação de reféns e da intensificação da assistência humanitária.
A França, juntamente com a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, demonstrou um compromisso em buscar um consenso. Emmanuel Macron anunciou a colaboração desses países para persuadir a Rússia e China a apoiarem uma nova resolução na ONU. Isso sinaliza uma esperança renovada para avançar em direção a um acordo aceitável por todos.
Apesar dos obstáculos e das discordâncias evidentes, o Conselho de Segurança permanece empenhado em encontrar uma solução viável para a crise em Gaza. As divergências políticas e estratégicas continuam a desafiar os esforços diplomáticos, mas a persistência e a cooperação internacional oferecem esperança para um futuro pacífico na região.