sexta-feira, maio 17, 2024
NewsHealth

Esclerose multipla, mistura genética européia

Desvendando as Origens da Esclerose Múltipla: Uma Jornada Através do DNA Antigo

Explorando o Passado Genético

O estudo, baseado na análise do DNA atualmente obtido de ossos e dentes de antigos europeus que viveram há até 34 mil anos, oferece insights valiosos sobre a esclerose múltipla. Contudo, essas descobertas revelam conexões intrigantes entre variantes genéticas e a propagação dessa doença neurológica.

O DNA Antigo como Testemunha do Passado

Porquanto, o sequenciamento do DNA de 1.664 indivíduos de diversas regiões da Europa Ocidental e Ásia é o cerne da pesquisa. A comparação desses genomas antigos com o DNA moderno do Biobank do Reino Unido, composto por mais de 410.000 indivíduos, desvenda mudanças ao longo do tempo.

Um Passo Crucial: Migração Há 5.000 Anos

Uma revelação impactante é a identificação de um evento migratório crucial, ocorrido há cerca de 5.000 anos, protagonizado pelos pastores de gado conhecidos como povo Yamnaya. Pois são o riginários de uma região que abrange a moderna Ucrânia e o sul da Rússia, esses pastores trouxeram consigo características genéticas benéficas na época.

Do Benefício à Vulnerabilidade

Essas características genéticas, inicialmente protetoras contra infecções transmitidas por animais, tornaram-se um fator de risco para a esclerose múltipla à medida que as condições sanitárias evoluíram. Decerto,a prevalência mais elevada dessa doença em europeus do Norte, em comparação com os do Sul, encontra explicação nesse fenômeno evolutivo.

A Sombra da Evolução

Rasmus Nielsen, geneticista populacional da Universidade da Califórnia em Berkeley, sobretudo, destaca que somos produtos da evolução em ambientes passados. Portanto, em muitos aspectos, não estamos idealmente adaptados ao ambiente que criamos para nós mesmos hoje.

A Dança da Substituição Genética

Anteriormente, há 11 mil anos, agricultores da região da Turquia moderna substituíram os caçadores-coletores na Europa Ocidental. Posteriormente, os Yamnaya substituíram esses agricultores, sendo os primeiros nômades europeus. William Barrie, coautor do estudo, ressalta a possível natureza violenta desse processo de substituição.

Ancestralidade Yamnaya e a Geografia Genética

Todavia, a ascendência relacionada aos Yamnaya persiste nos europeus do Norte, com destaque para Irlanda, Islândia, Noruega e Suécia, diminuindo em direção ao Sul. Inegavelmente, as descobertas ressaltam como características genéticas podem transformar-se de benéficas para prejudiciais à medida que as condições evoluem.

Evolução, Infecções e Condições Modernas

Porquanto, a pesquisa destaca que a frequência de infecções patogênicas aumentou durante a Idade do Bronze. O aumento da densidade populacional e a proximidade entre humanos e animais contribuíram para essa mudança. Evan Irving-Pease, coautor da pesquisa, enfatiza que somente na era moderna, com saneamento e cuidados médicos, essas variantes genéticas se tornaram excessivas às necessidades imunológicas.

Reinterpretando a Esclerose Múltipla

Entretanto, a pesquisa desafia nossa visão da esclerose múltipla, sugerindo uma compreensão mais profunda de suas origens. A adaptação eficiente do sistema imunológico a infecções passadas contrasta com um ambiente moderno, possivelmente causando um sistema imunológico hiperativo. A recalibração, ao invés de supressão, torna-se uma abordagem sugerida pelos pesquisadores.

Repercussões Genéticas Além da Esclerose Múltipla

Assim, além de desvendar os mistérios da esclerose múltipla, o estudo lança luz sobre outras características genéticas dos europeus. A predisposição genética dos Yamnaya à altura é refletida nos europeus do Norte, enquanto os europeus do Sul, com maior ascendência de agricultores neolíticos, tendem a ser mais baixos.

Desvendando os Riscos Genéticos

Os europeus de Leste, por sua vez, carregam um risco genético elevado para Alzheimer e diabetes tipo 2, revelando camadas adicionais da complexidade genética. A tolerância à lactose, essencial para digerir produtos lácteos, surgiu na Europa há aproximadamente 6.000 anos, um exemplo fascinante de adaptação genética ao ambiente.

Em síntese, essa jornada pelo DNA antigo não apenas ilumina as origens da esclerose múltipla, mas também destaca a dinâmica complexa da evolução genética em resposta às mudanças ambientais ao longo dos milênios.

Agnaldo

Após décadas no mundo do Business, fornecer informação se tornou meu Hobby preferido, pois tenho aprendido a conviver melhor com as diferenças"

Avatar de Agnaldo
Consentimento de Cookies com Real Cookie Banner