Gados que emite menos metano, promete empresa’
Na próxima primavera, quando os bezerros do produtor de leite Ben Loewith, do Canadá, nascerem, eles estarão entre os primeiros do mundo a serem criados com um foco específico: produzir menos metano ao arrotar. Ben Loewith, que é um agricultor de terceira geração em Ontário, começou recentemente a inseminação artificial de suas vacas com um sêmen de touro que possui uma característica genética de baixa produção de metano.
A introdução de material genético comercialmente disponível para produzir gado leiteiro com menor produção de metano pode contribuir significativamente para reduzir uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa. Os arrotos do gado são uma das principais fontes de metano, um gás de efeito estufa potente. A empresa Semex, que vendeu o sêmen para Ben Loewith, afirma que a adoção dessa característica genética poderia reduzir as emissões de metano do rebanho leiteiro do Canadá em até 1,5% ao ano, com projeções de 20% a 30% até 2050.
A empresa começou a disponibilizar esse sêmen com características de baixa produção de metano em diversos países, incluindo o Reino Unido, Estados Unidos e Eslováquia. Essa abordagem poderia ter um impacto significativo nas emissões globais de gases de efeito estufa provenientes da pecuária, de acordo com especialistas.
No entanto, nem todos na indústria de laticínios estão convencidos dessa abordagem. Alguns expressam preocupações sobre possíveis problemas digestivos associados à criação seletiva para baixa produção de metano.
O departamento de agricultura do Canadá ainda não avaliou completamente o sistema subjacente a esse produto, mas enfatiza a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa da pecuária. Atualmente, a pecuária é responsável por cerca de 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, sendo o metano o segundo maior contribuinte após o dióxido de carbono.
Embora os agricultores já possam utilizar aditivos para reduzir a produção de metano no gado, esses métodos têm limitações e não são aprovados para uso nos Estados Unidos.
A criação de gado com menor produção de metano resulta de uma colaboração entre a empresa Semex e a agência de registro de leite do Canadá, Lactanet, com base em pesquisas de cientistas canadenses. A avaliação genômica de metano foi lançada recentemente pela Lactanet, com dados de milhares de fazendas leiteiras canadenses.
A introdução dessa característica genética pode ser uma ferramenta valiosa para reduzir as emissões de metano na pecuária, mas ainda há debates sobre suas implicações e adoção em larga escala.
