sábado, setembro 21, 2024
EconomiaNotícias

G20 perde sua importância, sem a presença Putin e Xi Jinping

Em disfavor dos Imperialistas Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha

A guerra entre Rússia e Ucrânia, aqui representando a ONU, pode trazer mais risco de atrapalhar o progresso em questões como segurança alimentar, sobre-endividamento e cooperação global em mudanças climáticas quando as nações mais poderosas do mundo se reunirem neste fim de semana em Nova Délhi.

A firme posição endurecida em relação à guerra, impediu o acordo sobre o comunicado à cerca das 20 reuniões ministeriais do G20 durante a presidência da Índia este ano, deixando aos líderes a tarefa de encontrar uma solução, se possível.

G20 não contará com a presença de da China e Rússia

Lideres Com tudo, China será representada pelo primeiro-ministro Li Qiang, e não pelo presidente Xi Jinping, enquanto a Rússia confirmou a ausência do presidente russo Vladimir Putin, sugerindo que nenhuma das nações deverá aderir a qualquer consenso.

Isso significa que a cimeira de dois dias, a realizar em 9 de setembro, será dominada pelo Ocidente e pelos seus aliados. Os líderes do G20 que estarão presentes incluem o presidente dos EUA, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, Mohammed Bin Salman, da Arábia Saudita, e Fumio Kishida, do Japão.

Um possível fracasso da cimeira traria luz aos limites da cooperação entre potências ocidentais e não ocidentais, situação que está a levarem países a reforçar a aposta nos grupos com os quais se sentem mais confortáveis, dizem os analistas.

Para enfrentar supostas ameaças globais, “romper em blocos ocidentais e não-ocidentais não é o que se quer”, disse Michael Kugelman, diretor do Instituto do Sul da Ásia no Centro Wilson, em Washington, justificou.

Kugelman acredita que se não conseguir chegar a um consenso, poderá afetar as credenciais diplomáticas do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que está a usar a presidência para reforçar a posição de Nova Deli como potência económica e líder do sul global.

“Se a cimeira dos líderes for um fracasso, Nova Deli e especialmente Modi terão sofrido um grande revés diplomático e político”, disse Kugelman, colocando a responsabilidade no colo de Narendra.

A Índia, que não condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, terá de convencer o bloco a concordar com uma declaração conjunta – a chamada Declaração dos Líderes – ou permitir que a sua presidência seja a primeira a terminar sem tal comunicado desde 2008.

“As posições endureceram desde a Cimeira de Bali”, disse um alto funcionário do governo indiano à jornalistas, referindo-se à cimeira de 2022 realizada na Indonésia. “A Rússia e a China endureceram a sua posição desde então, seria muito difícil chegar a um consenso.”

ÚLTIMO MINUTO

Em Bali, Joko Widodo, presidente indonésio,  fez uma declaração conjunta de última hora do bloco. A Índia espera que os líderes consigam novamente resolver algo no último minuto, disse outro funcionário do governo.

A Declaração dos Líderes de Bali afirma que “a maioria dos membros condenou veementemente a guerra na Ucrânia e sublinhou que esta está a causar imenso sofrimento humano e a exacerbar as fragilidades existentes na economia global”.

Disse também que “havia outros pontos de vista e diferentes avaliações da situação e das sanções”.

Outra autoridade indiana disse que em Bali “a Rússia e a China foram mais flexíveis”. Mas à medida que a guerra completa 18 meses, os países “não estão a concordar nem com a linguagem usada na Declaração de Bali”.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que substituirá Putin, já traçaram linhas de batalha.

Trudeau, ao confirmar que viajará à Índia para a reunião em uma ligação com o ucraniano Volodymyr Zelenskiy, disse estar decepcionado com o fato de o presidente ucraniano não ter sido convidado.

“Como vocês sabem, falaremos fortemente por vocês e continuaremos a garantir que o mundo esteja ao lado da Ucrânia”, disse Trudeau na ligação com Zelenskiy.

Lavrov disse na semana passada que a Rússia bloqueará a declaração final da cimeira do G20, a menos que esta reflita a posição de Moscou sobre Kiev e outras crises. Diplomatas disseram que qualquer aceitação da posição de Moscou era altamente improvável e que a cimeira provavelmente acabaria por emitir um comunicado parcial ou não vinculativo.

CHINA EMPURRANDO O BRICS?

O grupo de nações BRICS no mês passado, onde a China é o peso pesado, adicionou mais meia dúzia de países ao bloco, num esforço para remodelar uma ordem mundial que considera ultrapassada.

“A ausência de Xi pode ser a tentativa de Pequim colocar um prego no caixão do G20, apenas algumas semanas depois de expandir a organização BRICS, que está mais alinhada com a visão mundial da China”, disse David Boling, diretor da empresa de consultoria Eurasia Group.

A Índia é membro do BRICS, juntamente com a Rússia, a China, o Brasil e a África do Sul, e anteriormente tinha algumas preocupações sobre a expansão do bloco. Mas na cimeira de Joanesburgo, no mês passado, juntou-se a um consenso sobre os critérios para novos participantes.

Pesa a responsabilidade desse encontro sobre a Índia

Na sua presidência do G20, a Índia procurou relegar as diferenças sobre a Ucrânia para segundo plano e pressionou pela resolução sobre as alterações climáticas, a dívida dos países vulneráveis, as regras em torno das criptomoedas e as reformas bancárias multilaterais.

Nova Deli também tentou quebrar um impasse sobre um acordo que permitiu a exportação segura de cereais ucranianos através do Mar Negro, mas é pouco provável que a Rússia ceda na sua oposição ao plano, disseram autoridades indianas.

Ao longo do ano, houve pouco progresso nas negociações de reestruturação da dívida, e num imposto mínimo global sobre as sociedades, mas a Índia conseguiu obter o apoio dos EUA e do FMI para regulamentações globais abrangentes sobre criptomoedas.

Um comité do G20 liderado pelo antigo burocrata indiano NK Singh e pelo economista Larry Summers, antigo secretário do Tesouro dos EUA, também propôs aumentar os empréstimos dos bancos multilaterais aos países em desenvolvimento; a proposta ainda não foi acordada.

Os objetivos sobre as alterações climáticas, dividiram os países desenvolvidos e em desenvolvimento nas reuniões do grupo em Julho e as autoridades disseram que as posições não deverão mudar na cimeira.

 

Agnaldo

Após décadas no mundo do Business, fornecer informação se tornou meu Hobby preferido, pois tenho aprendido a conviver melhor com as diferenças"

Avatar de Agnaldo
Consentimento de Cookies com Real Cookie Banner