Ibovespa abre em queda, Banco Central Moderado
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, está operando em queda nesta quinta-feira (22) devido à repercussão da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). O Copom optou por manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, surpreendendo investidores e analistas que esperavam um sinal de redução da taxa básica de juros.
“O Comitê trouxe de forma clara que os próximos passos de política monetária vão depender da evolução dos dados econômicos. Veio em um tom menos dovish [suave] do que o imaginado. A porta [para um eventual corte de juros] foi aberta, mas não foi escancarada”, disse Rodolfo Margato, economista da XP”.
Às 10h50, o índice registrava uma queda de 1,46%, chegando a 118.664 pontos. No dia anterior, o Ibovespa havia fechado em alta, alcançando 120.421 pontos, o maior patamar desde abril de 2022. Com esse resultado, o índice acumula altas de 0,73% na semana, 10,42% no mês e 9,01% no ano.
A decisão do Copom surpreendeu o mercado, uma vez que o comunicado do comitê apresentou uma postura mais dura do que o esperado em relação à política monetária. Embora tenha removido a indicação de possíveis aumentos futuros da taxa de juros, o Copom não deu indícios de um possível corte da Selic nas próximas reuniões, mantendo a perspectiva de que a taxa básica possa permanecer elevada por um “período prolongado”.
Essa postura cautelosa do Copom levou a um ajuste nas expectativas dos analistas, que agora estão divididos entre agosto e setembro para o início dos cortes de juros. Essa incerteza influenciou as negociações de títulos de curto e longo prazo, com taxas de curto prazo em alta e taxas de longo prazo apresentando viés de queda.
Além disso, os investidores também estão atentos às declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em um comitê do Senado americano. Powell reforçou a possibilidade de novos aumentos das taxas de juros nos Estados Unidos ainda este ano. Outro fator que afetou os mercados foi a decisão de política monetária do Banco Central da Inglaterra (BoE), que elevou sua taxa de juros referencial para 5%, o maior nível desde abril de 2008.
No cenário internacional, a inflação no Reino Unido está alta, impulsionada pelo setor de serviços e pelo aumento dos salários devido a um mercado de trabalho aquecido. O BoE mencionou a possibilidade de novos aumentos das taxas de juros caso a inflação continue resistente nos próximos meses, embora seu cenário-base seja de queda da inflação ao longo do ano.
