sexta-feira, maio 17, 2024
ENTERTAINMENT

Jorge Lafond, a enigmática “Vera Verão”

No dia 29 de Março nascia Jorge Luiz Souza Lima, conhecido pelo seu nome artístico Jorge Lafond, foi um ator, comediante, dançarino e drag queen brasileiro, sua principal personagem de muito sucesso foi “Vera Verão”, um negro gay alto confiante que gostava de uma baixaria com muito glamur.


Jorge Luiz Souza Lima nasceu no município de Nilópolis, Rio de Janeiro, em 1952. O nome artístico pelo qual ficou conhecido foi emprestado da atriz Monique Lafond. Aos seis anos, ele já era consciente sobre sua homossexualidade, tentando disfarça-la a todo custo por medo que os pais descobrissem. Para isso, se mantinha o mais comportado e sério possível, além de se dedicar muito aos estudos.

Filho de um bombeiro e uma telefonista, Lafond tinha como brincadeira favorita imitar os artistas que iam ao programa “Cassino do Chacrinha”. Junto a outras crianças da Vila da Penha, bairro onde morava no Rio, ele performava números de dança e canto em um palco imaginário, a admiração pela arte era tanta, que aos nove anos foi estudar balé clássico no Theatro Municipal.


Já com seus dez anos de idade, começou a trabalhar em uma oficina mecânica e, durante os finais de semana, em um parque de diversões. Mas o sonho de ser artista falou mais alto e se tornou o caminho que ele decidiu seguir. Além do balé, Lafond também estudou dança africana, e este complemento o ajudou a atuar com a Primeira Bailarina negra Mercedes Batista no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


Até os 17 anos, Jorge Lafond se apresentava em cabarés, boates e casas de show por todo o Rio de Janeiro, onde veio a conhecer e firmar contrato Com Haroldo Costa para trabalhar como bailarino nos Estados Unidos e na Europa, onde permaneceu uma década nesse grupo folclórico.


Apaixonado por carnaval, ele desfilou como destaque em carros alegóricos de escolas de samba diversas vezes ao longo de sua carreira. Costumava causar muita polêmica por suas fantasias, ou pela falta delas. Em 1990, entrou na avenida vestindo apenas um tapa-sexo pela Beija-Flor de Nilópolis. Já participou completamente nu do desfile da Imperatriz Leopoldinense e, em 2002, foi Rainha de Bateria na Unidos de São Lucas.


Em uma época muito mais conservadora do que a que vivemos hoje, Jorge Lafond se tornou uma das figuras mais populares da mídia durante as décadas de 1980 e 1990. Negro e homossexual, o ator também era bailarino e ganhou fama interpretando a irreverente Vera Verão, personagem muito presente até hoje na memória dos brasileiros.

Apesar de todo o machismo existente, desde quando começou os seus trabalhos, Jorge Luiz Souza Lima, ou melhor, Jorge Lafond, melhor ainda, Vera Verão, como ficou eternizado nos corações e imaginários dos Brasileiros, ele conseguiu superar e passar por cima das críticas homofóbicas, soube sobreviver com o incompreensível, se fez compreencível e deixou a sua marca.


Em uma época ainda mais conservadora do que a que vivemos hoje, Jorge Lafond se tornou uma das figuras mais populares da mídia durante as décadas de 1980 e 1990. Negro e homossexual, o ator também era bailarino e ganhou fama interpretando a irreverente Vera Verão, personagem muito presente até hoje na memória dos brasileiros.

Com carisma, talento e irreverência, Lafond abriu portas no entretenimento para muitas pessoas LGBT, principalmente para aqueles que, assim como ele, não eram brancos. Para celebrar a vida e o trabalho dele, contamos abaixo um pouco mais sobre a trajetória do artista que virou inspiração e símbolo de resistência, apesar de ter partido cedo demais.


No ano seguinte, começou a trabalhar em uma oficina mecânica e, durante os finais de semana, em um parque de diversões. Mas o sonho de ser artista falou mais alto e se tornou o caminho que ele decidiu seguir. Além do balé, Lafond estudou dança africana e até colaborou com Mercedes Batista, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal.


Após se formar em artes cênicas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, entrou para o corpo de bailarinos do programa “Fantástico”, em 1974. Como ator de TV, sua primeira experiência foi no humorístico “Viva o Gordo”, em 1981, e no especial “Plunct Plact Zuuum”, em 1983. Lafond também participou das novelas “Voltei Pra Você” (1983-1984) e “Sassaricando” (1987-1988).

No cinema, marcando o seu espaço, foi dançarino no filme “Rio Babilônia” (1982) e atuou nos longas “Bar Esperança” (1983), “Bete Balanço” (1984), “Rock Estrela” (1986), “Leila Diniz” (1897) e “Sonhei com Você” (1988). De volta à televisão, interpretou Madame Satã em “Kananga do Japão” (1989), novela da extinta TV Manchete. Um ano depois, retornou à Globo como parte do elenco de “Os Trapalhões”. No humorístico, um de seus papéis mais famosos foi o do Soldado Divino, o primo de Mussum, no quartel do Sargento Pincel.


Tornando-se cada vez mais conhecido pelo grande público, a consagração chegou em 1992 com a personagem Vera Verão, criada por ele para o programa “A Praça É Nossa”, do SBT. No papel, gritava a frase “Êeeepa! Bicha Não!”, que acabou virando bordão, como um pedido de respeito sempre que entrava em alguma discussão. O jeito espalhafatoso, bem diferente da sua personalidade reservada da vida real, conquistou o público e permitiu que ele ficasse no ar por dez anos.


Jorge Lafond morreu de infarto fulminante após sofrer falência múltipla dos órgãos no dia 11 de janeiro de 2003, ele foi internado em estado grave em 17 de novembro do ano anterior com problemas cardíacos. No dia 28 do mês seguinte, sofreu uma parada cardiorrespiratória e desenvolveu uma crise renal, comprometendo de vez seu estado de saúde que acabou falecendo em São Paulo, aos 50 anos de idade; e essa foi a História e Tragetória de Jorge Lafond que deixou a sua marca e superou o vitimismo com trabalho e honra.

Agnaldo

Após décadas no mundo do Business, fornecer informação se tornou meu Hobby preferido, pois tenho aprendido a conviver melhor com as diferenças"

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